A Cooperativa Recicla Ourinhos sediou nesta quarta-feira, 28, o encontro estadual dos comitês setoriais que integram o Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR). O objetivo da reunião foi a discussão das demandas regionais levantadas principalmente pelo Comitê Oeste Paulista, do qual a cooperativa ourinhense faz parte junto com outras 18 cidades.
Segundo o representante do MNCR de São Paulo, Eduardo Ferreira de Paula, os encontros regionais não eram realizados desde 2011. A intenção do Movimento é retomar as atividades em todo o Estado, promovendo reuniões bimestrais para atualização de informações e planejamento de ações com a participação de todas as cooperativas e associações de catadores.
Eduardo Ferreira salientou o importante papel que os comitês setoriais desenvolvem principalmente no campo da articulação política nos municípios para a ampliação da coleta seletiva aliada à inclusão dos catadores. “Os comitês atuam localmente ajudando os catadores a se organizarem e a buscarem apoio das prefeituras, fazendo valer o que determina a Lei de Resíduos Sólidos. Neste processo, sobressaem grandes lideranças que passam a atuar em nível nacional defendendo os nossos direitos, como é o caso da presidente da Recicla Ourinhos, Matilde Ramos, que representa o MNCR dentro e fora do país”, ressaltou Ferreira.
Aprovada em 2010 pelo Congresso Nacional, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/10) exige que as cidades brasileiras acabem com seus lixões até o próximo mês de agosto. Para isso, é preciso organizar a coleta seletiva, instalar usinas de reciclagem e depositar o material orgânico em aterros sanitários. Porém, segundo a representante da Recicla Ourinhos, Cláudia da Silva, essa é uma realidade ainda bem distante dos catadores da região. “Muitos prefeitos ainda não se conscientizaram sobre esse prazo e muita gente continua vivendo em condições precárias dentro de lixões. O Comitê Oeste Paulista, que existe desde 2003, vem tentando mudar esse triste cenário, fazendo mobilizações e forçando os administradores públicos a terem vontade política para se adequar às exigências da Lei e propiciar melhores condições aos catadores através de um contrato de trabalho formal, no qual as cooperativas possam prestar relevantes serviços à população no setor de coleta seletiva”, concluiu Cláudia.