Em um ano de pandemia, Brasil fecha 7,8 milhões de postos de trabalho
Taxa de desemprego subiu para 14,4% em fevereiro. Número de desempregados soma 14,4 milhões, o maior da série histórica iniciada em 2012
RIO — Em um ano de pandemia, o Brasil fechou 7,8 milhões de postos de trabalho. É o que mostram os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua) do IBGE, divulgada nesta sexta-feira.
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No trimestre encerrado em fevereiro, a taxa de desemprego no Brasil chegou a 14,4%. Com o resultado, o país tem 14,4 milhões de pessoas na fila por uma vaga, o maior contigente desde o início da série histórica, inciada em 2012.
Em fevereiro do ano passado, antes da pandemia, a taxa estava em 11,6%.
Já no trimestre imediatamente anterior - encerrado em novembro - a taxa estava 14,1%, o que representa estabilidade, segundo o IBGE, pois a variação é considerada pequena. Houve um incremento de 400 mil pessoas à população desocupada nos últimos três meses.
Os dados da Pnad trazem números tanto do mercado formal como do informal e são trimestrais, não mensais. Já o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), cujos dados de março mostraram a criação de 184,1 mil vagas, considera apenas os trabalhadores que tem carteira de trabalho assinada.
Agravamento da pandemia
Especialistas estimam que as novas restrições impostas pelo agravamento da pandemia nos meses de março e abril tendem a dificultar a retomada do mercado de trabalho e a diminuir o contingente de pessoas em busca de uma vaga.
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Além disso, a demora até a publicação de medidas emergenciais do governo, como a reedição da MP 936, deve produzir reflexos negativos na manutenção de postos de trabalho. Setores da indústria e do comércio relataram demissões com a demora da publicação da medida.
O economista e professor da Fipecafi, Samuel Durso, avalia que a espera para o anúncio de medidas emergenciais pode fazer a taxa de desocupação chegar a 15%, um total aproximado de 15 milhões de desempregados no país, projeta:
— O mais provável é que esses benefícios sejam percebidos apenas no segundo semestre de 2021.