CTG Brasil e SENAI viabilizam tecnologia nacional para testes de Covid-19 no País
Produção disponibilizará 300 mil testes sorológicos por mês
A CTG Brasil, uma das líderes em geração de energia limpa no País e concessionária de oito usinas hidrelétricas no Rio Paranapanema, juntamente com o Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil - SENAI CETIQT, viabilizou o desenvolvimento de tecnologia nacional para produção de testes de Covid-19. A técnica permitirá diagnósticos rápidos, além da expansão da oferta local de testes, com mais autonomia de distribuição e redução de custos. A produção nacional deve entregar cerca de 300 mil testes por mês, podendo atingir volumes maiores, de acordo com a demanda do mercado.
“Com a pandemia de Covid-19, temos direcionado esforços, por meio da ciência e da inovação, para ajudar o País a superar esse desafio com diversos projetos, incluindo a tecnologia para produção dos testes de diagnóstico, que traz independência tecnológica para o Brasil e contribui para o aumento da disponibilidade de testes”, afirma Carlos Nascimento, gerente de P&D da CTG Brasil. O projeto conta, ainda, com a parceria do SENAI Departamento Nacional, da Advagen Biotech, da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), de Bio-Manguinhos/Fiocruz e do Laboratório de Engenharia de Cultivos Celulares (LECC) da Coppe, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Para o SENAI, essa parceria demonstra a importância de todos se unirem no combate à Covid-19. “A grande necessidade de testes mobilizou o SENAI, e as empresas viram a importância de contribuir de alguma forma no enfrentamento à pandemia. Conseguimos ajudar o País em um dos momentos mais difíceis”, destaca o gerente-executivo de Inovação e Tecnologia do SENAI Nacional, Marcelo Prim.
A iniciativa, que contou com R$ 2 milhões em investimentos de Pesquisa e Desenvolvimento, permitiu produzir no Brasil o insumo-chave, a proteína S recombinante do vírus SARS-CoV-2, utilizado para a criação do teste ELISA (termo em inglês para Enzyme-Linked Immunosorbent Assay). Esse tipo de testagem possui sensibilidade de 91,4% e especificidade de 95,5%. Cada kit ELISA pode testar mais de 90 amostras sanguíneas ao mesmo tempo, com entrega de diagnósticos em duas a três horas.
Em paralelo, a parceria também desenvolve tecnologia para a produção local de testes rápidos, que fornecem diagnóstico em 20 minutos, com 91,6% de sensibilidade e 99% de especificidade, a partir de coleta sanguínea do dedo do paciente. Tanto o ELISA quanto o teste rápido verificam anticorpos tardios, ou seja, se a pessoa já foi infectada por Covid-19. A tecnologia pode, ainda, ser adaptada para verificar se a pessoa foi imunizada com vacinas para Covid-19, um cenário em que também há presença destes anticorpos no organismo.
A fabricação e comercialização dos testes ELISA foi iniciada em janeiro de 2021 pela empresa de biotecnologia Advagen Biotech e o primeiro lote de 2 mil unidades foi doado à Santa Casa de Ourinhos, no interior do estado de São Paulo. No caso dos testes rápidos, a produção, quando iniciada, será realizada pela Bio-Manguinhos/Fiocruz, para uso no Sistema Único de Saúde (SUS) e venda a laboratórios da rede particular.
Tecnologia inovadora desenvolvida no Brasil
Para o desenvolvimento de ambos os kits foi utilizada a proteína S (do inglês spike protein) presente na superfície do vírus, que foi produzida pelo Laboratório de Engenharia de Cultivos Celulares da Coppe/UFRJ. Este insumo é então usado para que o teste detecte a presença de anticorpos gerados devido à exposição prévia ao vírus, o qual é recoberto por proteína S.
Esta proteína é considerada um insumo chave para a produção dos kits, mas sua disponibilidade no mercado nacional ainda depende, em parte, de importação, trazendo desafios logísticos. Com o desenvolvimento do projeto de P&D, o Brasil ganha maturidade e independência tecnológica, diminuindo custos de produção e potencializando o conhecimento científico.
Parcerias para combate à pandemia já somam R$ 8 milhões
Ao todo, a CTG Brasil e o SENAI estão investindo R$ 8 milhões em recursos de inovação para combater a pandemia de Covid-19 no País. Além da tecnologia para produção dos testes sorológicos, o investimento financia projetos de uso de inteligência artificial para monitoramento das condições de saúde e segurança de colaboradores nas usinas da CTG Brasil e o desenvolvimento de um túnel de desinfecção com tecnologia inovadora. Nos três projetos, o montante aportado pela CTG Brasil faz parte dos recursos financeiros destinados ao Programa de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico do Setor de Energia Elétrica promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).