Desfile de moda reúne pessoas com deficiência no interior de SP; Quebrar paradigma, diz organizadora
A 8ª edição do desfile Moda Eficiente reuniu 24 modelos e mobilizou 26 empresas locais em Avaré (SP).
Moradores de Avaré, no interior de São Paulo, que vivem com algum tipo de deficiência encontraram em um desfile inclusivo uma forma de desestruturar padrões estéticos da indústria da moda. A 8ª edição do Moda Eficiente reuniu 24 modelos nesta sexta-feira (18), no palco do Centro Cultural Esther Pires Novaes.
Organizado pela Secretaria Especial dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SEDPD) do município, o objetivo do evento é dar visibilidade à inclusão de pessoas com deficiência, além de fomentar a inclusão na indústria da moda.
Segundo a organização, 26 empresas locais, dos ramos da confecção têxtil e de beleza, se mobilizaram para produzir as peças de roupas aos participantes.
A secretária da pasta, Josana Souza Carlos, reforça a importância do desfile inclusivo para quebrar paradigmas sociais.
“Fazer eles serem protagonistas na sociedade. É chamar a atenção da indústria que contempla só corpos de pessoas altas, magras e sem nenhum tipo de deficiência. O evento vem para quebrar esse paradigma e mostrar para a indústria que esses corpos também existem.”
Inclusão social
Há 21 anos, a moradora Tarcy Zanlucky foi mais uma vítima da diabetes e acabou ficando cega. “Com 28 perdi a vista direita, que estava complicada. Seis meses depois, perdi a outra”, contou.
Tarcy, que já participou de quatro edições do desfile, ressalta a importância de inserir as pessoas que vivem com deficiência na sociedade.
“Os deficientes visuais acham que perdeu a visão, perdeu tudo. E não é bem assim. Nós conseguimos fazer tudo. Quando somos chamados para sermos inseridos nisso, a ‘visão’ muda. Você sabe que você é capaz. É questão de querer aproveitar o momento. Foi um jeito legal de trazer os deficientes, que geralmente ficam trancados dentro de casa, de uma forma legal”.
Em sua estreia no desfile, Tito Lima de Silva conta que o evento é uma oportunidade para mostrar que sua deficiência visual não o impede de viver ótimas experiências. “Para mim, não apenas o desfile, mas como outros eventos, é uma oportunidade para mostrar que as pessoas [com deficiência] estão vivendo”, comentou.