Rodovia Washington Luís enfrenta abandono com buracos e má sinalização.

da reportagem 13/06/2023 - 05:02:08 Brasil

Uma das rodovias mais caras para se trafegar do país está completamente esburacada, com ondulações na pista e apresenta falta de sinalização. A rodovia Washington Luís, que já foi classificada como uma das melhores do Brasil, hoje enfrenta completo estado de abandono é alvo de reclamação constante de motoristas.

Um dos piores trechos de conservação da pista vai de Agulha a Mirassol (SP), que a Gazeta já vem mostrando há vários meses. São vários quilômetros de muitos buracos, ondulações e nenhuma manutenção.

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Em março do ano passado, uma motociclista, de 24 anos, ficou ferida depois de cair em buracos no trecho de Uchoa (SP). A engenheira, Lorrayne Mayara Ramalho Berni, seguia de moto, de Palmares Paulista para São José do Rio Preto, quando no quilômetro 411 da rodovia, teria caído em ondulações do asfalto. Ela conta que perdeu o controle da direção e que por pouco não caiu dentro de uma ponte.

“Eu poderia nem estar viva neste momento, pois estava a 100km/h, onde vinha caminhões logo atrás. Eu rolei na rodovia e quase caí por cima da ponte que tem no retorno. Já estou acostumada com as péssimas condições da rodovia, mas essa ondulação por onde passei é nova, onde não deu tempo de eu desviar”, relata.

A jovem foi socorrida por equipes de resgate da Concessionária que administra a rodovia e levada para a UPA Tangará, em Rio Preto. Ela sofreu ferimentos nas pernas, no ombro e também nas costas.

“Complicado demais o estado que se encontra uma rodovia que a gente paga tão caro de pedágio. Infelizmente poderia ter acontecido algo muito pior”, conta a engenheira que disse que vai ingressar com ação contra a Concessionária.

Na época, AB Triangulo do Sol, Concessionária que administrava o trecho entre São Carlos e Mirassol, classificou o acidente como um “tombamento de motocicleta” e, por meio de nota, disse que o trecho em questão encontra-se em bom estado de conservação, sendo permanentemente fiscalizado pela Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), não havendo quaisquer irregularidades que pudesse ocasionar acidentes.

Quem trafega pela rodovia todos os dias conhece bem os problemas que ela apresenta. A sinalização horizontal como pintura de solo, faixas refletivas e o chamado “olho de gato” ou “tachão” já não existem mais. A faixa mais crítica, nos dois sentidos, é a do lado direito, onde há o fluxo mais intenso de veículos pesados, provocando assim diversas ondulações de solo e até mesmo buracos.

O empresário, Fernando Matias, viaja, todos os dias, de Catanduva para São José do Rio Preto e reclama do alto valor pago – quase R$ 40 ida e volta, somente com pedágio. “A gente não utiliza a rodovia de graça. Nós pagamos caro pelo serviço e infelizmente não temos uma rodovia de qualidade para trafegar”, reclama.

Questionada, a nova concessionária que passou a administrar a rodovia a partir do dia 1º de maio desse ano, EcoNoroeste, disse que, desde o primeiro dia em que assumiu a operação do trecho, já iniciou os trabalhos de rotina, que incluem conservação de pavimento, execução de tapa buraco, corte de vegetação, substituição de placas, recuperação de drenagens.

“A EcoNoroeste reforça ainda que, nos próximos 6 meses, executará outras ações além dessas como sinalização horizontal e vertical, nova pavimentação, drenagem, recuperação das pontes, viadutos e passarelas. Em paralelo, a equipe técnica da concessionária está em campo fazendo o levantamento da atual condição do asfalto, da sinalização e outros pontos de melhoria para programar a execução dos serviços”, diz trecho da nota.

A empresa ressalta também que, algumas obras, que estão em andamento em determinados pontos do trecho são de responsabilidade da antiga concessionária e, que, somente após a finalização deste cronograma, é que a EcoNoroeste estará apta a implantar o seu calendário de atividades.

“Em São José do Rio Preto está prevista a construção da Via Marginal e haverá implantação de terceira faixa na região entre Cedral e Mirassol. Essas obras estão previstas para iniciarem no 2º ano de concessão e terão um investimento de R$ 627,80 milhões”, finaliza a empresa.

*Informações/Gazeta do Interior

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