Trabalhadores denunciam situação análoga à escravidão em fazenda de batatas no interior de SP
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) vai investigar uma empresa de serviços agrônomos suspeita por manter trabalhadores em condições análogas à escravidão em uma fazenda em Paranapanema (SP). O caso foi registrado no dia 4 de setembro, mas a reportagem só obteve acesso ao boletim de ocorrência ontem, quarta-feira (13).
Conforme o B.O, três homens, de 21, 33 e 36 anos, moradores da região sul do país, teriam sido contratados para trabalhar por dois meses em propriedades de Paranapanema e Salto do Itararé, no interior do Paraná.
Segundo a denuncia, o proprietário teria cobrado R$ 500 do valor da viagem do trio até São Paulo, paga no momento da contratação.
Ainda de acordo com os trabalhadores, eles não recebiam pelo serviço prestado e convivam em uma casa em condições precárias, suja, sem banheiro ou refeitório, poucos móveis e espaço para guardar os pertences pessoais.
As vítimas contaram à polícia que precisavam comprar produtos de limpeza do patrão, que cobrava preços acima do mercado.
Após dois meses de trabalho, o trio foi demitido pela filha do suspeito. Sem local para ficar, eles foram acolhidos por um abrigo em Avaré (SP), cidade vizinha de Paranapanema.
Ainda conforme o boletim de ocorrência, os pertences das vítimas não foram devolvidos e continuam na propriedade rural.
Nos próximos dias, equipes do MTE fiscalizarão o local onde estavam alojados os trabalhadores.