USINA RETOMA ATIVIDADES E DEIXA MORADORES FELIZES EM ESPÍRITO SANTO DO TURVO

da reportagem 20/07/2012 - 13:55:51 Região

O apito que soou na manhã de quinta-feira, 19, em Espírito Santo do Turvo, foi o barulho que a cidade estava esperando ouvir desde novembro de 2011. O apito indica que a moagem da safra começou e a usina de açúcar e álcool, parada desde novembro, agora está a todo vapor. A Usina Agrest havia sido fechada e todos os funcionários demitidos quando foi incorporada a massa falida da Petroforte. Após várias negociações, ela foi vendida e agora, com os funcionários recontratados, retoma suas atividades como Usina JJ.
Incorporada à massa falida da Petroforte, a usina corria o risco de ficar abandonada e ter todo o parque industrial sucateado. A cidade que dependia diretamente da usina, já que 70% dos funcionários eram do município, passou por um caos social. O prefeito passou a ir semanalmente até São Paulo falar com o juiz titular do processo de falência. Percebendo o desespero do chefe do executivo, como o magistrado escreve em despacho, o juiz Luiz Beethoven Giffoni Ferreira aceitou uma oferta de compra de R$ 210 milhões e foi favorável à venda.
O grupo JJ, que fez a oferta, assumiu há alguns meses e vem reformando o local e fazendo contratações desde então. A cana começou a chegar na usina nesta semana e hoje, 19, o barracão está abarrocado da matéria prima. Os quase 600 funcionários já contratados estão trabalhando, a usina está produzindo e os moradores comemoram quando escutam o apito e veem as fumaças saindo das chaminés. Quando o apito soou pela primeira vez na manhã desta quinta-feira, moradores soltaram rojões na cidade.
O gerente financeiro e administrativo da usina, afirmou que eles contrataram toda a mão de obra disponível na cidade e ainda precisaram contratar de outras regiões. Já foram contratados quase 600 funcionários e a empresa tem previsão de contratar ainda mais. Muitos cargos de mão de obra especializada não foram preenchidos. Segundo o gerente financeiro a previsão é que a usina moa cinco mil toneladas por dia de cana.

Trabalhadores são tranquilizados por juiz sobre recebimento de “acerto”

Apesar de feliz com a volta da usina e com o retorno ao trabalho de quem estava desempregado, muitos trabalhadores ainda estão sem receber o restante de seus direitos trabalhistas, como a multa de 40% sobre o FGTS. Para se esclarecerem sobre esse assunto, representantes sindicais e ex-trabalhadores da usina Agrest estiveram em São Paulo no final do mês de junho e puderam conversar com o juiz titular do caso, Luiz Beethoven Giffoni Ferreira. Eles foram tranquilizados em relação ao recebimento do acerto destes direitos trabalhistas.
Os cinco trabalhadores e o representante do Sindicato dos Químicos de Ipaussu conseguiram falar com o juiz, pois foram levados pelo prefeito de Espírito Santo do Turvo. O prefeito já tem contato estabelecido com o juiz, pois o procurou frequentemente buscando solucionar a questão da venda e volta das atividades da usina.
Os trabalhadores ficaram mais calmos após falarem com o magistrado. Beethoven garantiu que eles irão receber, mas que não podia dar prazos, pois depende de trâmites judiciais. O grupo JJ fez o pagamento através de depósito judicial. O dinheiro ainda não foi para as mãos da massa falidas e disponibilizadas para o acerto dos trabalhadores por conta de agravos (ferramenta processual) apresentados.
Diversos agravos já receberam pareceres favoráveis à venda pelo desembargador do caso. Resta apenas o agravo apresentado por um escritório jurídico que se envolveu no caso.

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