SCPC APONTA RETRAÇÃO DA INADIMPLÊNCIA EM OURINHOS

AGÊNCIA JP-2 06/03/2014 - 08:36:56 Diversos

Balanço comparativo levou em consideração os anos de 2012 e 2013

Levantamento realizado por meio do Serviço Central de Proteção ao Crédito – SCPC, da Associação Comercial e Empresarial de Ourinhos, revela uma queda considerável no registro de devedores no comércio local. O relatório analisou os meses de janeiro a dezembro de 2013, em comparação a igual período de 2012.
Sobre o total de exclusões, isto é, de pessoas que quitaram suas dívidas e voltaram a ter crédito no mercado, o crescimento chegou a 49,7%. Foram 7.580 pedidos de exclusão no cadastro em 2012 contra 11.354 no ano passado.
Outro dado animador, segundo a Associação Comercial, é que em 2013 houve a diminuição no número de inadimplentes incluídos no banco de dados do Serviço Central de Proteção ao Crédito. A queda constatada foi de 7%, sendo 14.512 pedidos de inclusão em 2012 e 13.559 em 2013.
Segundo o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Ourinhos, Diógenes Correa Leite, a taxa de inadimplência para pessoas físicas em 2014 deve manter a tendência de retração do ano passado. “Há uma decrescente natural iniciada após o pico da inadimplência, em dezembro de 2011, quando o indicador apresentou altas superiores a 20% nos registros de atrasos. Desde então, medidas de controle por parte dos agentes de mercado e dos tomadores deram início à queda”, explicou.
A previsão do dirigente é de que a taxa de inadimplência fique estável no primeiro semestre, com possibilidade de queda no segundo, e que o crédito continue crescendo. “O Banco Central divulgou ontem que as concessões de crédito cresceram 14,6% no ano passado, esperamos que esse movimento continue”, enfatizou Diógenes.
Perfil do inadimplente
A Boa Vista serviços, empresa administradora do SCPC, realiza periodicamente um estudo que tem como objetivo traçar o perfil desse consumidor inadimplente. No mês de janeiro deste ano, a pesquisa identificou que 100% dos inadimplentes entrevistados pretendem pagar suas dívidas, total ou parcialmente, pelo segundo trimestre consecutivo. Desse total, 42% acreditam pagar à vista e 58% de maneira parcelada. Destes que esperam negociar as parcelas, 68% pretendem pagar nos próximos 30 dias, 16% entre 30 e 90 dias, e 16% pretendem negociar prazos superiores a 90 dias.
Quando questionados sobre o nível de endividamento e o comprometimento da renda de suas famílias com o pagamento das dívidas, 19% se declaram muito endividados, 24% acreditam estar mais ou menos endividados e 26% pouco endividados. E a parcela de pessoas que não tem outra dívida dobrou, passando de 16% para 32%.
Quanto ao comprometimento de renda, 19% declaram que mais da metade da renda familiar mensal está comprometida com o pagamento de dívidas. Esse número era de 16% em setembro de 2013. Para 50% dos consumidores a renda está comprometida em até 25% para quitação de dívidas; e para 31% a renda familiar está comprometida entre 25% e 50%.
Meios de pagamento e causas da inadimplência
Pela segunda vez consecutiva, o pagamento com carnê e boleto liderou a forma de pagamento que causou a restrição, para 31% dos consumidores entrevistados. Em seguida, há restrições com cartão de crédito (25%), cheques sem fundos (16%), empréstimo pessoal (14%), cartão de loja (7%) e cheque especial (7%).
Nas faixas de renda familiar de até 10 salários mínimos, a porcentagem de consumidores que declaram o carnê/boleto como causador da restrição atingiu 31%, e nas faixas acima de 10 salários mínimos foi de 29%.
A aquisição de móveis, eletrodomésticos e eletrônicos foi mais citada como causadora da inadimplência, atingindo 21% dos entrevistados. Para 18%, as dívidas não pagas originaram-se da compra de vestuário e calçados, 17% citaram a alimentação como gerador das dívidas e outros 17% mencionaram o não pagamento de contas com concessionárias públicas.
Para a faixa de renda acima de 10 salários mínimos, os pagamentos de contas de outros bens e/ou serviços foram os que ocasionaram a dívida para 22%; na faixa de até 3 salários mínimos foram os gastos com itens de vestuário e calçados (21%), enquanto na faixa entre 3 e 10 salários mínimos foram as aquisições de móveis, eletrodomésticos e eletrônicos (22%).
O percentual de entrevistados com até quatro contas ou mais aumentou de 18% para 22% no 4º trimestre de 2013, segundo a pesquisa. Em contrapartida, os participantes que declararam possuir duas ou três contas reduziram de 34% para 30%, enquanto que o percentual que possui apenas uma conta manteve-se inalterado (48%). A maioria (51%) das dívidas não pagas está abaixo de R$ 1.000; mas 17% possuem dívidas abertas acima de R$ 5.000,00, 15% entre R$ 1.000 e R$ 2.000 e 17% entre R$ 2.000 e R$ 5.000.

Desemprego versus inadimplência
Recuou para 34% a parcela de inadimplentes que citaram o desemprego como a maior causa da inadimplência. A declaração de que o desemprego foi o responsável pela inadimplência reduziu três pontos percentuais em relação à pesquisa do 3º trimestre de 2013, tornando-se o menor percentual da série histórica.
O descontrole financeiro como motivo da inadimplência permaneceu em 26% no 4º trimestre de 2013. Em terceiro lugar, 13% dos entrevistados declararam empréstimo de nome a terceiros como causa da restrição. Mesmo após recuo, o desemprego continuou como a causa preponderante nas faixas de renda familiar de até 3 salários mínimos (43%).
Para as faixas acima de 10 salários mínimos, o descontrole financeiro permaneceu como o motivo da incapacidade de pagamento com 30%, e voltou a ser o causador da restrição para as faixas de 3 a 10 salários mínimos (31%), segundo afirmação dos entrevistados.

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