Presidente da UVESP - União de Vereadores do Estado de São Paulo, da qual o pré-candidato a prefeitura de Ourinhos, Lucas Pocay faz parte, é preso na operação sobre FRAUDE NA MERENDA
2ª fase da Operação Alba Branca prende suspeito em Campinas, SP
Ele foi levado para Bebedouro, onde investigações começaram.
Força-tarefa deteve o empresário Joaquim Geraldo Pereira da Silva.
Do G1 Campinas e Região
Joaquim Geraldo Pereira da Silva, representante da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar, é preso suspeito de fraudar a merenda em Campinas. (Foto: Daniel Pinto/Blazil Photo Press/Estadão Conteúdo)
A 2ª fase da Operação Alba Branca, que investiga supostas fraudes em contratos de merenda em escolas estaduais, determinou a prisão de sete pessoas, nesta terça-feira (29). Entre elas, o empresário Joaquim Geraldo Pereira da Silva, de Campinas (SP). Ele é proprietário de uma empresa na cidade que faria intermediação com administrações municipais e fornecedores de merenda escolar. A defesa dele não foi encontrada para comentar a prisão temporária.
Contratos de SP são investigados
De acordo com os promotores do caso, Silva é lobista e seria o responsável por intermediar o contato entre a Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf) e prefeituras.
2ª fase
A Polícia Civil e o Ministério Público Estadual realizam na manhã a segunda fase da Operação Alba Branca, que investiga a suspeita de fraude em licitações da merenda escolar em 22 cidades paulistas nos últimos dois anos.
Em nota, a Delegacia Seccional de Bebedouro (SP), sede da operação, informou que sete mandados de prisão e dez de busca e apreensão foram cumpridos desde as 6h em Bebedouro, Barretos (SP), Severínia (SP), Campinas (SP) e na capital paulista.
Vereador de Ourinhos, Lucas Pocay Alves da Silva, pré-candidato a prefeitura de Ourinhos, é um dos fundadores da UVESP e possivelmente um dos que compõem a diretoria da "entidade", onde o vice deverá tomar posse, haja vista a prisão do presidente Sebastião Misiara.
O promotor Leonardo Romanelli confirmou ao G1 que entre os presos estão o ex-presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) Leonel Julio (1975-1976) e o atual presidente da União dos Vereadores do Estado (Uvesp), Sebastião Misiara, ambos presos em São Paulo.
O G1 tentou contato com Misiara, mas ninguém atendeu na Uvesp. Tentou ainda contato com advogado que já representou Misiara em outros processos, mas não conseguiu encontrá-lo. O G1 não conseguiu localizar ainda o atual advogado de Leonel Julio.
“O ponto central desse trabalho de investigação vem sendo focado nos integrantes e também em colaboradores da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), que, conforme as investigações já evidenciaram, vinham fraudando tais procedimentos que visavam à venda e compra de itens que integram a merenda escolar”, diz a nota enviada pela polícia.
Veja lista dos presos na Operação Alba Branca nesta terça-feira:
- Sebastião Miziara, presidente da Uvesp
- Leonel Julio, ex-presidente da Alesp
- Emerson Girardi
- Aluísio Girardi Cardoso
- Joaquim Geraldo Pereira da Silva
- Carlos Eduardo da Silva, ex-diretor da Coaf
- Luis Carlos da Silva Santos
O G1 procura os advogados dos outros detidos.
O caso
O esquema começou a ser investigado no segundo semestre do ano passado. Em 19 de janeiro, seis suspeitos foram presos: o presidente da Coaf, Carlos Alberto Santana da Silva, o ex-presidente Cássio Chebabi, o diretor Carlos Luciano Lopes e os funcionários Adriano Gilberto Mauro, Caio Pereira Chaves e César Bertholino. Após acordo de delação, todos foram soltos.
Segundo a polícia e o MP, os suspeitos relataram um esquema envolvendo pagamento de propina a funcionários públicos e deputados estaduais para que licitações destinadas à compra de merenda escolar fossem fraudadas em benefício da Coaf, com sede em Bebedouro.
Entre os investigados estão o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Fernando Capez (PSDB) e o ex-chefe de gabinete da Casa Civil do governo Geraldo Alckmin, Luiz Roberto dos Santos, conhecido como Moita. Ambos negam as acusações, bem como qualquer vínculo com a Coaf.
Ainda de acordo com os interrogados, as propinas variavam entre 10% e 30% do total do contrato que seria firmado entre a Coaf e a prefeitura, e esse valor era acrescido no preço final, o que ocasionava um superfaturamento dos produtos negociados.
O delegado seccional de Bebedouro, José Eduardo Vasconcelos, explicou que a investigação do caso teve início após um ex-funcionário da Coaf procurar o 1º Distrito Policial da cidade para denunciar o suposto esquema.