Presidente da UVESP - União de Vereadores do Estado de São Paulo, da qual o pré-candidato a prefeitura de Ourinhos, Lucas Pocay faz parte, é preso na operação sobre FRAUDE NA MERENDA

Jornal Tablóide 30/03/2016 - 14:00:11 Cidade

2ª fase da Operação Alba Branca prende suspeito em Campinas, SP

Ele foi levado para Bebedouro, onde investigações começaram.
Força-tarefa deteve o empresário Joaquim Geraldo Pereira da Silva.

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Do G1 Campinas e Região

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Joaquim Geraldo Pereira da Silva, representante da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar, é preso suspeito de fraudar a merenda em Campinas. (Foto: Daniel Pinto/Blazil Photo Press/Estadão Conteúdo)

A 2ª fase da Operação Alba Branca, que investiga supostas fraudes em contratos de merenda em escolas estaduais, determinou a prisão de sete pessoas, nesta terça-feira (29). Entre elas, o empresário Joaquim Geraldo Pereira da Silva, de Campinas (SP). Ele é proprietário de uma empresa na cidade que faria intermediação com administrações municipais e fornecedores de merenda escolar. A defesa dele não foi encontrada para comentar a prisão temporária.

FRAUDE NA MERENDA

Contratos de SP são investigados

De acordo com os promotores do caso, Silva é lobista e seria o responsável por intermediar o contato entre a Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf) e prefeituras.  

2ª fase

A Polícia Civil e o Ministério Público Estadual realizam na manhã  a segunda fase da Operação Alba Branca, que investiga a suspeita de fraude em licitações da merenda escolar em 22 cidades paulistas nos últimos dois anos.

Em nota, a Delegacia Seccional de Bebedouro (SP), sede da operação, informou que sete mandados de prisão e dez de busca e apreensão foram cumpridos desde as 6h em Bebedouro, Barretos (SP), Severínia (SP), Campinas (SP) e na capital paulista.

Vereador de Ourinhos, Lucas Pocay Alves da Silva, pré-candidato a prefeitura de Ourinhos, é um dos fundadores da UVESP e possivelmente um dos que compõem a diretoria da "entidade", onde o vice deverá tomar posse, haja vista a prisão do presidente Sebastião Misiara.

O promotor Leonardo Romanelli confirmou ao G1 que entre os presos estão o ex-presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) Leonel Julio (1975-1976) e o atual presidente da União dos Vereadores do Estado (Uvesp), Sebastião Misiara, ambos presos em São Paulo.

G1 tentou contato com Misiara, mas ninguém atendeu na Uvesp. Tentou ainda contato com advogado que já representou Misiara em outros processos, mas não conseguiu encontrá-lo. O G1 não conseguiu localizar ainda o atual advogado de Leonel Julio.

 “O ponto central desse trabalho de investigação vem sendo focado nos integrantes e também em colaboradores da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), que, conforme as investigações já evidenciaram, vinham fraudando tais procedimentos que visavam à venda e compra de itens que integram a merenda escolar”, diz a nota enviada pela polícia.

Veja lista dos presos na Operação Alba Branca nesta terça-feira:

- Sebastião Miziara, presidente da Uvesp

- Leonel Julio, ex-presidente da Alesp

- Emerson Girardi

- Aluísio Girardi Cardoso

- Joaquim Geraldo Pereira da Silva

- Carlos Eduardo da Silva, ex-diretor da Coaf

- Luis Carlos da Silva Santos

G1 procura os advogados dos outros detidos.

O caso

O esquema começou a ser investigado no segundo semestre do ano passado. Em 19 de janeiro, seis suspeitos foram presos: o presidente da Coaf, Carlos Alberto Santana da Silva, o ex-presidente Cássio Chebabi, o diretor Carlos Luciano Lopes e os funcionários Adriano Gilberto Mauro, Caio Pereira Chaves e César Bertholino. Após acordo de delação, todos foram soltos.

Segundo a polícia e o MP, os suspeitos relataram um esquema envolvendo pagamento de propina a funcionários públicos e deputados estaduais para que licitações destinadas à compra de merenda escolar fossem fraudadas em benefício da Coaf, com sede em Bebedouro.

Entre os investigados estão o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Fernando Capez (PSDB) e o ex-chefe de gabinete da Casa Civil do governo Geraldo Alckmin, Luiz Roberto dos Santos, conhecido como Moita. Ambos negam as acusações, bem como qualquer vínculo com a Coaf.

Ainda de acordo com os interrogados, as propinas variavam entre 10% e 30% do total do contrato que seria firmado entre a Coaf e a prefeitura, e esse valor era acrescido no preço final, o que ocasionava um superfaturamento dos produtos negociados.

O delegado seccional de Bebedouro, José Eduardo Vasconcelos, explicou que a investigação do caso teve início após um ex-funcionário da Coaf procurar o 1º Distrito Policial da cidade para denunciar o suposto esquema.

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