Federação do Comércio apela para João Dória reabrir comércio não essencial
Em ofício ao Governo de São Paulo, a Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) pede flexibilização para que o comércio, principalmente o “não essencial”, volte a abrir as portas. Para isso, as entidades sugerem horário escalonado de abertura e funcionamento das atividades, bem como campanhas de conscientização do consumidor e da população.
“A Facesp corrobora o que temos dito desde o início da quarentena, o comércio está sendo vitimado junto com os milhares de pacientes da Covid-19 sem ser o responsável pelo crescimento dos casos, mas sendo o pivô de outra tragédia que está afligindo nossa população contra sua vontade, que é a quebra da economia”, afirmou Robson Martuchi, presidente da Associação Comercial e Empresarial de Ourinhos (ACE).
O documento enviado ao governador João Dória reconhece a gravidade da pandemia, cujo comportamento inesperado e virulento colocou sobre forte pressão o sistema de saúde e a vida da população, mas pondera que tais medidas devem ter foco para que possam cumprir o objetivo de preservar a saúde com o menor dano possível às atividades econômicas.
“Não se pode ignorar que o longo período de restrições, superior a um ano, embora intermitentes, vem provocando significativos prejuízos econômicos, sociais e até psicológicos, afetando o estado de espírito da população”, diz Alfredo Cotait Neto, presidente da Facesp (Federação do Comércio do Estado de São Paulo) e da ACSP (Associação Comercial da Cidade de São Paulo).
Desde o início da pandemia, o mais penalizado pelas restrições foi o comércio considerado “não essencial”, segundo Cotait. “A experiência desse mais de um ano de funcionamento ininterrupto do comércio considerado essencial e os períodos em que foi permitida a abertura do “não essencial” demonstrou que a atividade comercial não tem responsabilidade pelo aumento da contaminação”, continua. Cotait lembra que ao longo do último ano fortes gastos foram realizados pelo comércio para oferecer mais segurança à população.
As entidades alertam, por fim, que a contínua penalização do comércio “não essencial” está gerando danos irreparáveis para as empresas do setor, como o aumento do desemprego, a descapitalização, o endividamento das empresas, a desestruturação das cadeias de suprimentos e o agravamento da concorrência informal por vias eletrônicas, onde se vende de tudo, inclusive produtos importados ou contrabandeados sem o recolhimento de impostos.